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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Criando Asas

Já que seus olhos não me vêem,
Que seus lábios não dizem meu nome,
Que não são meus os teus abraços,
E que jamais provarei teus beijos,
Crio asas.
Voo para longe…
Vou pra onde possa só olhar a vida passar,
Já que não ouve as músicas que canto,
Que não lê minhas poesias,
Que não percebe meu amor,
Viro pedra.
Construo meu castelo e me fecho
Princesa desalento,
Caminho de lugar nenhum,
Rua sem saída, 
Noite sem estrelas.
Dona de olhos que já te olharam,
Mas que agora são só desatentos.
Sou flecha lançada que nunca chegará ao alvo.
Bilhete escondido na gaveta,
História nunca contada.
Amor não revelado
E, talvez por isso,
Não correspondido.

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