(Natal de 2021, para o poeta que me presenteia com seus versos quase todos os dias)
Na falta do que dizer, poema.
Na falta de presente, verso.
Poderia eu ser melhor com as palavras,
Encaixar rimas, conjurar encantamentos
Ou, a essa hora, ser passageira,
Mais uma dúzia de palavras
Entre as outras tantas centenas
Amontoadas no canto dos seus ouvidos.
Nesses dias de festa, muito barulho,
Pouca pausa, muito afeto.
Perco-me na breve reticência que sou.
Devia contentar-me a ser vírgula,
Um respiro ou outro,
Sem grandes extensões,
Quieta em minhas distâncias.
Mas meus vermelhos, inquietos,
Asseguram-me de não esquecer,
De inventar prosa sem motivo,
Só pra ver o poeta falar.
Acho que sou boa nisso:
Quebrar seus silêncios
E me deleitar
(O que seria de mim sem sua poesia?)
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