Eu não me lembro de serem tão grandes...
Nem quando estavam tão próximos. Nem quando eu me via refletida em suas profundezas.
E, sem nenhuma dúvida, eles me encantavam como se fossem lâmpadas, as mágicas, que servem de morada aos djinns.
Eu gostava de ver como brilhavam nas penumbras. E eu me lembro de vê-los me seguindo um dia ou outro, traçando o contorno de meu corpo.
Mas, naquele dia em que eu precisava de um alento, um poema ou um afago, tudo o que tive foram seus olhos.
Parecia coisa pouca, eu sei.
Paisagem de um deserto imenso, céu sem lua, mas de pouco breu, tamanho afeto que transmitiam.
Eram os mesmos olhos de sempre, mas, um pouco maiores, capazes de me envolver e aconchegar e ninar.
Eram lâmpadas mágicas e eu uma djinn, sem poderes, de fato, mas, pequena, lépida, recolhida naqueles olhos que me guiaram até o sono. Um sono profundo e quase castanho influenciados pelos olhos que me faziam vigília.
Eu não me lembro de serem tão grandes, mas, cada vez mais, envolvem-me e crescem.
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