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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Geometrias



Talvez o amor caiba entre suas mãos.
Talvez ele caiba em uma forma geométrica:
Uma caixa, um pote, um quarto.
A mim não importam as formas.
Importa-me a fluidez:
O modo como tudo se desorganiza.
A falta de tino. O arrepio.
A palavra trêmula. O suspiro.
A pupila dilatada. O sorriso.
A boca seca, entreaberta, muda.
O amor parece com o silêncio ao contrário.
E, talvez, caiba em ainda forma,
Mas, ainda não acredito nisso.
Pra mim ele é puro desafio
E ignora matemáticas e geometrias.

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