sábado, 7 de dezembro de 2019
Contemplação do Deserto Interior
Falta tão pouco...
E faltará tanto quando o dia chegar...
Saberei eu contar as areias que formam o deserto ou serei eu o próprio deserto?
Saberei medir até onde a paisagem caberá em meus olhos ou seguirei perdida em miragens?
Os caminhos que percorrerei ficarão marcados com as pegadas ou elas irão sumir com o vento?
E as histórias que gostaria de contar ainda terão o mesmo enredo?
Qual será a lua que contemplarei? Será ela cheia de promessas de dias felizes, será nova de caminhos e possibilidades, será um crescente de esperanças sussurradas a um nassin ou serão minguantes dos planos que não realizarei porque não eram só meus?
Caberão nas linhas de minha mão os nomes de príncipes e princesas ou o destino me reserva a solidão de um beduíno?
Que a caravana venha em seu tempo certo. E que as riquezas sejam muito maiores do que posso contar: que sejam afetos e sonhos e realizações e felicidades.
Assim como meus olhos desejam pousar no deserto, meu coração deseja fazer ninho em um par de mãos. Maktub. A espera faz-se necessária.
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