Não
foi à toa que dobramos aquela esquina.
Entre
as nossas curvas, tagenciamos desejos.
E,
na distância de um ponto e outro,
Encurtei
os vãos.
Presentes.
Surpresa boba no canto da boca.
Sons
tantos e palavras várias,
Onde
estavam os sentidos?
Engolidos.
Saltaram
da borda do copo.
Bebidos.
Quase
embriagados.
E cruzaram-se
os dedos.
(A
fé infantil, crença na torcida sincera)
E cruzaram-se
os destinos.
(Teriam
culpas as pernas?
Foram
elas que as chaves giraram?
Foram elas que os caminhos encurtaram?
Foram elas que os caminhos encurtaram?
Foram
elas que se embolara!)
E,
ao sol da meia-noite, queimamos.
E,
apenumbrados, só os olhos brilharam.
Mais
do que palavras, toques.
Cruzaram-se
os destinos
E nenhuma
margem nos coube.
Nenhum
sono decretou-se.
Acordamos
o dia à meia-noite
Porque
a madrugada não nos cabia
E aceitou
o seu fim resiliente:
Nenhum
deserto é imune às caravanas.
Nenhum
oásis míngua sem visitante.
Nenhum
sol desperta sem razão,
Há
de se saber apenas domar o tempo perdido,
Rejeitar
os nãos.
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