No passo do dia,
Sigo o compasso que posso
Ponta seca, fixa, em conhecidas
paisagens e vias,
Pouco desafio distâncias,
viajando apenas no que ouço.
Tenho pressa e conto as horas:
Diversão rotineira de quem
desconhece o sono.
Sou paciente e coleciono suas
auroras
Enfeito os dedos com os anéis de
Cronos
E se me sobram esses círculos de
Saturno
São suas mãos que desejo como
órbitas.
A vida é pequeno sopro que
parece diuturno,
Miragem de noites órficas?
Talvez sejamos apenas as nuvens
que passam
Ou os vermelhos gritos inconformados.
Prefiro pensar que sou as escolhas
que me extravasam
A fuga constante dos padrões
formatados.
Mas, se rodei e não sai dos
círculos, aproximação do que é perfeito
Se, caminhante ou navegante,
experimento o vão e o são
Volto ao compasso que me leva e
desenha a rota no peito:
É tudo aquilo que é concêntrico
que me fortalece e expande a paixão.