Entre tantas palavras
Cabem-me as suas.
Entretanto, de suas horas
Colho, quiçá, minutos.
Ainda assim, semeia-me poesia
E abro-me em versos.
Estamos longe das Mil e Uma Noites,
Mas temos histórias dentro de histórias.
Traça-me linhas curvas,
Labirintos de paredes movediças,
De saídas emperradas,
De avisos desbotados.
Sinaliza-me companhia,
Mas só ouço o vento.
(E... sequer aprendi a ouvir os seus
silêncios
Agora tenho que fazê-los meus!)
Olhamos o mesmo horizonte.
Sou rosa dos ventos desgovernada.
Partilho os meus segredos
E para os seus, sou relicário.
Longe da santidade, próxima das
chaves,
Dos cadeados, do que encerram,
Daquilo que fecha
E só quando solicitado abre.
Partilhamos sonhos:
Dança pelos meus
Sorrio pelos seus.
Sinto-me só.
Há uma canção ao longe.
Danço e não sou vista.
Fazemos do mundo lá fora o nosso
Em seguida, só há o abandono.
Tenho olhos de fogueira
E o aqueceria nas noites,
E derreteria seus invernos...
Afastaria as escuridões
Com minha coleção de poeira
(de estrelas).
Por amor à vida, ainda admiro o sol
Mas chove aqui dentro.
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