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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Vácuo



Calados os sons do mundo,
Resta a dura lição
De aprender a ouvir o vácuo.
É na curva do universo que me acomodo
E fico à espreita do novo
Que nunca vem.
Ali, na dobra da imensidão,
Dobro tristezas,
Acolho silêncios,
E observo as vontades que adormeceram.
Não há mais pulso,
Não há mais coragem,
Não há sequer sombras de outrora,
Pousadas em minha janela.
Preferia a algazarra de antigamente,
As cantigas de roda,
As flores nos cabelos,
As canções de ninar
E as folias de carnavais.
Preferia...
Agora, que o mundo parece ter se calado,
Restam apenas murmúrios,
Restam doloridos silêncios
Que nenhuma cotovia rompe.
Que nenhum canto desafia.
Que estagnam as horas
E condensam o ar.

O vento sopra e não assovia.

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