Calados os sons do
mundo,
Resta a dura lição
De aprender a ouvir o
vácuo.
É na curva do universo
que me acomodo
E fico à espreita do
novo
Que nunca vem.
Ali, na dobra da
imensidão,
Dobro tristezas,
Acolho silêncios,
E observo as vontades
que adormeceram.
Não há mais pulso,
Não há mais coragem,
Não há sequer sombras de
outrora,
Pousadas em minha
janela.
Preferia a algazarra de
antigamente,
As cantigas de roda,
As flores nos cabelos,
As canções de ninar
E as folias de
carnavais.
Preferia...
Agora, que o mundo
parece ter se calado,
Restam apenas murmúrios,
Restam doloridos
silêncios
Que nenhuma cotovia
rompe.
Que nenhum canto
desafia.
Que estagnam as horas
E condensam o ar.
O vento sopra e não
assovia.
0 Comentários:
Postar um comentário