Visitas da Dy

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Não Falta AMOR, Falta AMAR!





Acabo de ler a seguinte frase:

“Todos a procura do amor ou do significado da palavra, anote a receita é ser vc, viver cada instante, dar valor ao que tem, saber escutar, saber reconhecer e saber conquistar! Companheirismo, Ouvinte e Conquistar! Enfim namorar ou casar é fácil quero ver partilhar”.

Minha resposta a ela: DISCORDO! E discordo em quase tudo!
Sou a rainha da generalização e isso não é lá nenhuma novidade, mas quando vejo uma frase em que diz que TODOS estão à procura do amor me dá calafrios.
Não nos falta amor! Falta amar! O amor está esparramado por todos os cantos, voando por aí aos quatro ventos, só esperando que nós o enxerguemos, que coloquemos em prática o tal verbo da primeira conjugação: AMAR!
Já sabemos o que significa o amor, mas confundimos sempre com outras coisas. Confundimos a vontade de ter um amor com a vontade de não estarmos sozinhos. Isso não é amor. Isso é carência! Todo mundo procura um colo. Todo mundo precisa de um. Não resta dúvidas que quando o meu mundo treme eu corro para o telefone e busco quem? Meu colo! Uma companhia agradável, que se dispõe a me ouvir e a dividir um café. Só isso!
Confundimos o amor com a vontade de termos motivo pra viver. Isso também não é amor. É falta de inspiração! Todo mundo precisa de uma inspiração pra viver: meu filho, meu livro, minha carreira, são todos elementos de minha inspiração, claro, configuram um amor, mas essa inspiração pode ser só o sol brilhando indecentemente vivo pela minha janela!
Dar valor ao que se tem não é amor. É, sobretudo, reconhecimento. Seja uma pessoa que esteja ao seu lado, seja um trabalho, um objeto, um fruto de um desejo. Reconhecer que cativou alguém ou conquistou algo é o primeiro passo para ter consciência de seu lugar no mundo e na vida (na sua e na dos outros).
Saber escutar é uma virtude muito pouco desenvolvida nos dias de hoje e vem, pelo menos pra mim, muito atrelada à ideia de compreensão. Para se compreender o outro, o mundo, é preciso escutar. Isso também não é amor. É só uma prática de vivência que torna o mundo muito mais leve, nos leva ao exercício da tolerância, afinal, compreender não é entender e respeito é bom e conserva as nossas relações.
Viver intensamente é questão de coragem, de ter sua autoconfiança lá em cima, nas tabelas, e bancar cada uma de suas ações. Longe de ser amor – a não ser o por si próprio  e respeito aos seus desejos – entregar-se às sensações da vida de peito aberto é muito mais um estilo do que outra coisa. A vida é curta demais pra vivermos entre o morno e o frio e acrescentar calor e pimenta em nossos dias cabe só a nós mesmo e demanda muito jeito, uma pitada de petulância e muita, muita competência para se manter nessa contracorrente.
E sobre saber conquistar... bom, não sei bem até que ponto o amor pode ser efetivamente considerado só como uma conquista. Embora não pareça eu sou um pouco (mentira! Sou muito, eu acho) romântica e acredito que o amor acontece. Exatamente naqueles três segundos em que o seu cabelo desgrenha, tudo o que você quer é chegar em casa porque está cansada e seu ônibus atrasa... claro que mantê-lo e, sim, realiza-lo é uma outra história, mas que ele acontece, ah, isso não tenho dúvidas.
Por fim, sobre a facilidade de namorar ou casar, acho outra balela. Nem uma nem outra coisa são tão simples assim. A menos que não se tenha o menor parâmetro, que só se busque alguém pra preencher um espaço do lado da cama ou um número conhecido pra ligar no fim da tarde.
Acredito que namorar e casar está cada dia mais difícil porque raras são as pessoas que ainda querem passear à noite só pra ver a lua, escolher um filme e assistir enquanto divide a mesma bacia de pipoca ou dividir a conta do restaurante, porque pra mim estar junto é dividir tudo: meus sonhos, minha alegria, meus planos, a escolha do programa de domingo e a entrada de cinema.
Se praticarmos um pouco mais de gentileza, se olharmos mais nos olhos e apreciarmos todas as singelezas que nos rodeiam veremos que o amor está no ar como sempre esteve e que ele não nos falta. O que nos falta mesmo é amar!

Dia da Saudade




Lá se vai o primeiro mês do ano. E já anunciando o seu fim vem o dia da saudade.
Todo dia 30 de janeiro a mesma coisa: as pessoas parecem amanhecer mais saudosas. Haja vista os vários recados, mensagens, fotos, músicas e poesias que pairam no ar.
Eu não gosto da idéia da saudade ter um dia só pra ela. Pelo menos a minha saudade é teimosa, muito teimosa: cisma em não se deter apenas no seu dia e me acompanha por todo ano, todos os dias.
Tenho saudades de pessoas, de amores, de sorvetes que tomei na infância, de parque de diversões durante a aula da faculdade que matei. Tenho saudades dos vinhos que não bebi porque não podia me atrasar. Tenho saudades de contar estrelas ou adivinhar desenhos nas nuvens.
A minha saudade se arrasta pelo ano todo. Não me deixa, não me larga. A minha saudade é como uma tatuagem em lugar escondido: não deixo ninguém ver, mas ela sempre está lá.
Às vezes eu tenho muitas saudades do ontem, de tudo o que passou e que não vou ter de novo. Às vezes a saudade é daquelas que eu sei que vou matar afogada num sorriso ou bem apertada num abraço – e acho essas as melhores! Sou uma assassina de mão cheia: adoro matar saudades apertadas em abraços longos, que deixam cheiro de perfume na blusa, só pra gente ter mais um motivo de saudade depois!
Às vezes acordo com saudades do dia de amanhã e das coisas que ainda nem vivi, mas que sei que vão marcar e que vão me deixar com saudades.
Acho que ter saudades vai além de só uma sensação: já é um estado natural, no qual vivo imersa e gosto porque traz uma dorzinha chata como espinho no pé, mas também traz a certeza de que tive muitos momentos felizes e pessoas importantes nos meus caminhos.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Assaltante




Eu sou uma farsante. Sou uma assaltante. Uma criminosa dessas que merecem toda a sorte de castigos. E eu mesma me castigo: no silêncio, calando meu grito.
Não nasci para as palavras, mas enveredei-me por elas de teimosa. Agora faço rima, prosa, verso. Conto um conto, esqueço um ponto.
Dei para ouvir a conversa alheia. Dei pra imaginar desfechos para as histórias que não termino de ouvir.
Enlouqueci. De repente, inspiração: saco logo o caderninho, com o lápis na mão. Lá vou eu escrever.
Aventuras, desventuras, alegrias e tristezas, não me importa o que será, só me importa a vontade de contar. E traço letras num sobe e desce quase vertiginoso da ponta da caneta no papel, letras que não gostam de ficar sozinhas e vão se ajuntando, se organizando em palavras que dizem muito mais do que poderiam, muito menos do que eu gostaria.
Aproprio-me de seu tormento, faço dele uma alegoria, em pouco tempo já tenho um novo enredo, já escrevi o texto nosso sagrado de cada dia.
Sinto-me como uma ladra de histórias, roubando-as em cores em plena luz do dia. Ao mesmo tempo sinto-me assaltada, pega de surpresa, vendida e abobalhada quando olho para as linhas e me reconheço em cada trecho. Mas essas histórias nem eram minhas! O que faço eu nas entrelinhas?
Ah, não dá pra entender, no máximo, compreender e me acompanhar pela madrugada, dividindo comigo mesma a paciência que nunca foi minha, bebendo comigo da minha própria insônia e lendo as histórias que não eram minhas, mas acabaram por ser adotadas como filhas. Em noites muito longas eu sou a minha própria companhia e gosto disso.
Já não sou mais de riso e sonhos. Agora sou de vento e voo. E as palavras são as asas que me levam cada vez mais longe, cada vez mais pra dentro do meu céu de pensamentos.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Leme



Agora que tomamos o leme de nossas vidas em nossas mãos, que os ventos nos tragam suaves canções, que os caminhos nos venham repletos de ensinamentos, porque o mar (da vida) sempre nos ensina: a ser bons marujos, quando o vento é leve; a vencer obstáculos, nas noites de tempestades ou a nadar, quando precisamos mudar completamente.
Vamos que o mundo nos espera e a felicidade é nossa companheira de viagem, nem partida, nem chegada, companhia, apenas isso...

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Feliz 2013




Eis que surgem um novo ano, um novo ciclo e com ele meus novos desejos, sendo que alguns deles nem são tão novos assim!
Desejo-me dias semelhantes aos que já vivi até hoje: com eles eu chorei, ri, brinquei, dancei, aprendi, vivi.
Desejo-me pessoas em minha vida: as chatas, as alegres, as felizes, as ranzinzas, as que eu amo, as que eu aprendi a amar, as que eu amo ter na distância.
Desejo-me, sobretudo, que esse ano que se inicia seja mais um ciclo de aprendizado e de conquistas, não sem lutas, porque nasci para guerrear por mim, pelos outros, pelo que acredito ser verdade.
Desejo-me força, coragem e sabedoria para receber todos os desafios que esse novo ano vai me trazer.
Desejo-me amigos leais, nos quais eu possa confiar, que me sejam porto seguro, ombro amigo, mão pra segurar, olhos pra brilhar e sorrisos para dar.
Desejo chegar sempre só até o dia de amanhã. Planejar demais nunca foi meu forte e ter uma perspectiva para além do dia de amanhã é abusar da minha própria boa vontade. Deixo pra pensar nos dias que estão por vir mais tarde, quando o primeiro fio de cabelo branco aparecer – que ele demore, por favor!
Desejo-me flores: violetas, lisiantos, lírios e orquídeas! Minhas flores preferidas, perfumadas, delicadas, vivas! Buquês são tristes, mortos e não gosto da ideia de que uma flor teve que morrer para eu pudesse ser presenteada. Prefiro as flores vivas.
Desejo-me um brinde com vinho, um bom cabernet sauvignon! Eu que não entendo nada de vinhos me encantei pelo paladar dessa uva e não quero saber outra! Quero encher a minha taça e brindar uma, duas, três, dez vezes, até ficar de pilequinho e soltar risos frouxos pelos ares. Mas se eu já os solto normalmente, o brinde pode ser único!
Desejo-me balões coloridos espalhados pelo dia, para que quebrem o cinza das névoas pesadas dos problemas que surgirem.
Desejo-me abraços apertados, que unem os corações, o fazem bater em sintonia e para o mundo. Desejo aquele perfume que fica preso na roupa quando o abraço se desfaz...
Desejo-me beijos, muitos beijos... celebrando a alegria de estar viva, o milagre de poder acordar todos os dias e ter a possibilidade de ser feliz.
Desejo-me música! Que meus dias tenham as melhores trilhas sonoras que já tiveram. Que eu dance descompassadamente todas elas no ponto de ônibus, no meio da rua, no caminho para o trabalho, no meio da sala, nos bares, nas esquinas. Quem dança se livra da inveja alheia, abre as asas e voa alto. Não nasci para ficar em gaiola e quero mais é dançar.
Desejo-me surpresas que eu já esperava, mas que ficaram esquecidas, sem que chegassem na sua concretude. Gosto do inesperado. As minhas melhores sensações foram provocadas por grandes surpresas.
Desejo-me ar nos pulmões, sangue nas veias e coragem no coração.
Que me venham mais 365 dias cheio de oportunidades, aventuras e desventuras, que eu vou de peito aberto, encara-los e fazer desse 2013 novas chances de ser mais feliz!
Feliz Ano Novo pra mim!
Feliz Ano Novo pra quem dyvaga por aqui!