Visitas da Dy

quinta-feira, 22 de março de 2012

Problemas de Amor



Não preciso de flores.
Não me venha com cartas,
Bilhetes e afins.
Não fazem efeito.
Não me perco em cores,
Não sonho com passeios em barcas
Ou cenas de folhetins.
Na verdade eu tenho um defeito:
Não espero amores eternos,
Portanto, não me ame demais.
Ou não me ame mais
E escreva nossa breve história em cadernos.
O que preciso é de mãos firmes
De pés companheiros
De olhos brilhantes
Nada disso se acha por aí
São joias raras guardas em corações perdidos
Que vivem em épocas que não são as suas.
Não lido bem com amores grandiosos,
Que podem não caber em mim.
Não lido bem amores pequenos.
Porque se perdem dentro de mim.
Não sei qual a medida certa.
Não busco essa medida,
Mas se é para apostar, que seja com todas as fichas.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Aqueles Olhos



Aqueles olhos me desnortearam

Escuros como a noite, me embriagaram.

Perdi-me na ânsia de lhe encontrar.

Por muito tempo andei pelas ruas a lhe procurar.

Era como folha ao vento,

E não sabia o quanto já fazia parte de mim.

Aos poucos suas lembranças iam chegando,

Tomando conta, confundindo.

Seu cheiro vinha na brisa

Ou seria isso loucura?

Até que o vi no meio da rua:

Entre carros e buzinas,

Correrias e pernas,

Os teus olhos e os dela.

Tão felizes, tão brilhantes.

E os meus olhos transbordaram

Vinho para Dois




Abre a garrafa de vinho,

Que já separei as taças.

Acenda a lareira,

Que já peguei o cobertor.

Nada melhor que um friozinho

Para aproveitar um grande amor.

Brindemos a Dionísio, a Eros,

E Afrodite!

Essa noite os deuses dançam entre nós.

São testemunhas de nossa alegria!

Aprendem como se fazer uma festa só com dois:

Dois corações que pulsam,

Dois horizontes que se cruzam,

Duas taças que brindam,

Duas vidas que se celebram.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Aquarela



Tic-tac... tic-tac...

Passa o tempo, tic-tac.

Não, não passa o tempo.

O relógio parou.

O ventou não soprou.

A noite não passou.

Estou suspensa no ar

E sequer sei voar.

O medo de altura me faz não voar.

Me faz não desligar, só pensar.

Nem sei o que pensar, nem sei do que se trata.

Ou sei... Ou esqueci.

Certas coisas é bom nem lembrar

Certas coisas é bom nem sentir.

Vou tomar um café gelado

Só pra distrair

Vou sair, andar por aí.

Se chover, danço entre os pingos.

Se for dia de sol, me enrolo em sua cabeleira loira.

Se o dia for cinza, pinto o céu de lilás.

Se tiver você é carnaval.

Se estiver só eu, faço vendaval.

Hoje o tempo não passou...

Hoje a hora agarrou...

O café gelado acabou...

E continuei parada no ar,

Meio sem ar,

Meio sem mar,

Meio sem saber se ia pra lá, pra cá, pra acolá.

Meio sem entender,

Por isso resolvi escrever.

E o dia eu vi só pela vidraça da janela

Risonho, como se fosse pintado em aquarela.

Espera


E entre correrias e escalas

Gente passando e esperas em salas

Passei o meu dia.

Jeito de livrar o peito da agonia...

No quarto o espaço é grande

Não o percorro todo por mais que eu ande.

Alguém bateu na porta da sala

Enquanto eu tirava sua foto do fundo da mala.

Sua correspondência chegou,

Mas você não voltou...

Acendi um incenso,

Embriaguei-me no perfume intenso

E dormi.

Acordei e sorri.

Achei que estava ao meu lado

Mas o coração tremeu gelado:

A cama estava vazia,

E ali sozinha eu jazia.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Poeminha da Descoberta



E se me prendes com teus olhos

Pra sempre ficará nos meus.

E se me deixas livre, sem amarras,

Eternamente caminharei ao lado teu.

Porque não gosto de laços de fitas.

Gosto de algemas invisíveis

Que prendem a nossa alma

Dentro de um coração.

Escuta, amado, canto pra você!

Senta ao meu lado!

Olhe as flores e os pássaros!

De perfumes e cores o dia se enfeita,

Com sorrisos e abraços o dia ganha leveza!

Segura minha mão apertado, palma colada com a sua

Mas solta na hora certa: às vezes é preciso ir.

Eu vou ali,

Mas volto já!

Descobri meu lugar é aqui

Perto de quem gosto,

Perto de quem nasci para amar!


*** Brincadeira feita em Campinas, noite quente, insone, aproveitando a hospitalidade de minha amiga Zenilde! ***