Às vezes, tudo o que preciso é de dança.
No escuro, em silêncio interior, sozinha.
A música me tocando, levando,
Porque é vasto o mundo e seus absurdos.
Porque não compreendo o presente,
A palavra, o passo dado,
O afastamento que me pega pela mão.
Às vezes, só a dança salva da tristeza,
Aquela tristeza do domingo,
Que não me tira da cama,
Não me afaga os cabelos
Nem diz quem me ama.
Às vezes, tudo o que eu preciso é dança:
A única entrega do corpo que cura,
Que deixa o transbordo leve,
Que expande o que não sei dizer.
Meu corpo dança
Quando não sei sentir.
E, agora, não sei se vou ou fico:
Estou perdida entre os passos.
Danço na madrugada.
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