Visitas da Dy

domingo, 3 de janeiro de 2021

Sobretudo e café

 





Os olhos embaçados

A boca quase seca

O corpo curvado

Calo tudo o que eu gostaria de ouvir

E como resposta demorada

Engulo seus silêncios

Com café preto e forte

Dentro de um sobretudo.

Nada temos

Nada nos falta

Mas é esse silêncio

Sobre tudo e nada

Que arrasta as horas da saudade

E eu me pergunto:

Como é possível isso existir?

E adomeço inquieta

Ainda sem saber se o tenho

Ou se o invento.



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