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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Tiro à queima-roupa

 



Você matou à queima roupa

Um tanto de amor-menino.

Que começava a tatear suspiros.

Que já tinha lugar cativo.

Que reluziu seu peito aberto,

Cabelo ao vento,

Desfeito de armadura.

E você armado, preparado...

Pronto para atacar

A qualquer movimento subversivo de carinho.

E você atirou, silencioso, certeiro,

Quase injusto.

E há um tanto de amor falecido,

Outro tanto resistente, contido,

Em frangalhos, se reconstruindo.

E a armadura vai voltar ao seu lugar

Pra esconder cicatrizes e dores

Que parte do amor ainda vive?

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