Visitas da Dy

terça-feira, 28 de abril de 2020

Caçada




Selvagem, forte, arredia.
Livre, vigorosa, bravia.
Em noites de lua cheia, uivo,
Corro, afio minhas unhas em suas costas,
Unhas negras de caçadora.

Mas, quando a lua diminui,
Às vezes, encolho, choro e quero canto
De solidão, de ninar, de seu leito.
Queria ser a caça que levou pra casa
E fartou-se a noite inteira.

Queria, em todas as luas, 
Seu cheiro, seu corpo, suas histórias
Deitar meu caos ao pé de seu ouvido
Adormecer de um cansaço lento
Que mescla sua presença real e em sonho
E só se diferencia pelo gosto de seus lábios
Que mora nos meus à noite 
E se renova nas manhãs 
Com bons dias de lírio e verbena
Ao redor de minha cintura.

0 Comentários:

Postar um comentário