Visitas da Dy

domingo, 25 de novembro de 2018

Olho do Furacão




Emprestei-lhe meus corpos em tantos tempos...
Dancei sob seus sons, seus toques, seus olhos.
Mesmo quando estávamos perdidos,
Mesmo quando me era só um sonho,
Mesmo quando só ouvia seus ecos,
Era o seu ritmo que me guiava.
Não tenho as medidas do que sinto
Tampouco sei suas definições.
Danço...
Repito minhas palavras secretas
Sussurro meus encanamentos à noite:
Ela me sabe, me acolhe, me ampara.
Ela me inspira, me sonha, me desperta.
Sou senhora de incertezas,
Flertando com teimosias.
Sou a que ouve conselhos e não os segue
A que tem um coração e não o cede.
Sou a que lhe espera sem saber se virá
Sou a que deseja resiliência sem saber o que é calmaria.
Danço no olho do furacão
Em sua ausência faço tempestades,
Mas, não sei se sua presença me acalmaria.
Talvez, ao tocar-me, eu explodiria.
Que fazer, então, se o meu bem me faz tão mal?
(Con)viver é dosar o veneno diário
Até ele seja a própria cura.

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