Ah, e não me venha com suas análises sobre mim.
Cansa-me essa sua busca pelos meus pontos
fracos.
Se de perto ninguém é normal,
O que o faz pensar que eu seria?
Não me olhe
como quem procura deslizes...
Não é preciso
mais do que um olhar superficial para
notar minhas cicatrizes.
Aqui fora
posso ser de pedra, forte, inabalável,
Mas aqui
dentro, onde só eu sei o que tem,
Onde só eu
convivo, sou de pó, frágil e insegura.
Porque a alma
é corroída de ciúmes,
Porque com a
vida sou exigente,
Porque carrego
a insegurança e a incerteza,
Porque escorrego
pelos dedos de quem tenta segurar.
Ser escorregadia
às vezes é bom, dá um tom descontraído,
Às vezes é
ruim, deixa vestígios de solidão.
Para cada
caminho, um sonho,
Para cada
descaminho, uma marca,
Para cada dia,
um aprendizado.
E para cada
passo uma nova estrada,
Uma nova
escolha, uma nova indecisão
E a grande
questão: será que era o mais certo?
O que mata na
escolha é o caminho que se deixa pra trás.
O que embala
meus dias é a incerteza da certeza que tenho,
O paradoxo que
vivo e revivo a cada instante.
Se continuar a
fazer suas análises sobre mim, desiste.
É tempo ainda.
Entender quem
se quer se entende é perder tempo.
É soprar um
dente de leão, que se desfaz leve ao vento.
É fatiar um
coração, ver escorrer seu sangue
E perceber que
o sentimento era o que pulsava,
O que ousava
dar a vida
E não só
aquilo que se via.
0 Comentários:
Postar um comentário