Noite com os gênios do amor e dos estudos - Pedro Américo - Museu Nacional de Belas Artes - Rio de Janeiro. |
Com seu manto negro a noite enche meu quarto.
Tudo é breu.
Meus olhos rondam o espaço à procura dos seus.
Tudo é vazio.
O tempo parece parado: o céu está sem estrelas, não há vento, não há sequer o perfume de minhas violetas que enfeitam a cabeceira de minha cama.
A lua hoje não apareceu. Ela está se recompondo para logo brilhar fria e rir dos que amam e acompanhar os solitários. Ela sabe o que sinto hoje, mas não veio. Está dormente.
Até o tic-tac do relógio faz-se mudo.
Por que isso tudo? Já não basta a falta que me faz? É preciso ainda que todas as coisas contribuam para que eu não me esqueça dos seus olhos?
Na noite fria que se estende lentamente pelas horas a fio o que tenho são só pensamentos que não me deixam em paz, não me deixam dormir. Ao contrário, me deixam febril e acabam por escapar como uma oração, como desejos loucos para serem satisfeitos:
Que possa teu corpo dar ao meu o que busco para saciar-me.
Que teus beijos completem meus lábios, tuas palavras entorpeçam meus sentidos, que teus olhos me sirvam de guia e teus pés, além de mostrarem o caminho, sejam a certeza de tua companhia.
Que no vazio da noite eu possa encontrar teus abraços, segurança para uma criança amedrotada.
Que me venha tirar a amargura e solidão que me encerra nesta noite e que possa ser meu dia, meu sol e seus raios que toca a alma e o corpo arrepia.
Estrada Juiz de fora- Rio, 26 de junho de 2011.
1 Comentários:
Vimos esta tela juntas!...
Saudades!...
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