Hasteou, mais uma vez
sua bandeira.
Conhecida de todos, sua
cor não negava a luta.
Era de uma fé quase
religiosa, quase cega,
Dessas que só conhece
quem já bebeu do amor.
E, se não fosse essa a
razão, nem ousaria sair do lugar.
Desarmou-se para a
batalha.
(Peito aberto é o melhor
dos campos para se travar combates.)
Desafiou os ventos que
lhe sinalizavam para não seguir.
Embora o cansaço de
outros tempos lhe pesasse nos ombros,
Embora as cicatrizes lhe
marcassem o corpo,
Embora o medo lhe
segurasse a mão, ousou.
Desbravou caminhos que
lhe pareciam conhecidos.
Ao redor, tinha a
impressão de déjà vu, mas fez seu
caminho.
Hasteou sua bandeira
heroicamente.
Esqueceu-se que tinha os
poderes de Midas,
Mas ao contrário.
Aos poucos contemplou a ruína,
O esfacelamento dos
esforços.
De novo era como o
náufrago,
De novo era embarcação
abandonada.
De novo precisava se
recolher,
Infinitamente era apenas
pedaços.
A mão ainda segurava a
bandeira quando se viu em abandono.
A mão ainda recusava-se a
desistir,
Mas a alma ferida mais
uma vez, dormiu.
E, por mais que
parecesse paz, era mausoléu.
Era o sono de exaustão.
Era bilhete rejeitado
num pedaço de papel.
Era sombra à espera de
sol,
Noite infinda, porque
esqueceram de lhe despertar com o novo dia.
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