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quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Vontades de amanhecer

 



De tanto beber o tempo, se amansava.

De tanto caminhar, estava dormente.

Subia-lhe uma falta de esperança

Que aniquilava a alma

E adormecia o coração:

A cada silêncio, um novo deserto.

E, desatenta aos sinais, parecia flutuar

Entre suas vontades de amanhecer em lençois,

De acordar naqueles braços.

Até ontem era só certezas.

Agora, entrega-se.

Sente muito

E quer um porto seguro pra adormecer.

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