Os olhos do deserto observam as danças que atravessam os tempos, que trazem em si a essência das tradições, a companhia das fogueiras noturnas, as paisagens incandecidas do próprio deserto, que, por vezes, nos assustam por nos convidar à solidão e, por outras vezes, nos encantam com a sua grandiosidade e magnitude.
É preciso ter a força de milhares de anos dentro de si para conhecer a quietude da alma.
É preciso queimar sob mil sóis para dar valor à sombra e à água fresca.
É preciso ter um ímpeto de milhares de almas sucumbidas sob o céu para sonhar com novas vidas.
É preciso saber lidar com as melancolias, com as tempestades, com as solidões e com as noites de festejos.
É preciso saber que lá no horizonte do deserto temos pedra e espanto, temos silêncios e vertigens, mas temos uma alma da terra, repleta de sabedoria que se expande cada vez mais e se move ao longo do tempo promovendo a dança das horas e dos corpos ao longo da vida.
Todos nós já atravessamos desertos e eles também nos atravessam, mas quando fazemos essa travessia com boa companhia, dançamos à luz da lua, em volta da fogueira, nas sombras das tamareiras, compreendemos as fases da vida!
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