Visitas da Dy

quinta-feira, 3 de março de 2022

Exercício de Abandono

 





Aos poucos vou guardando (quase) tudo.

Criando caixas de memórias.

Há as promessas não cumpridas,

Os desejos que me confessou

(E que permanecem distantes),

E as distâncias - nunca encurtadas.

Vou guardando tudo o que me disse

Os vinhos ainda fechados

E as noites que não acendemos

(É que sempre imaginei noites-fogueiras ao seu lado).

Vou guardando saudades do cheiro que inventei,

A voz pouco ouvida,

A vida desistida.

Porque embora eu seja feita de tempos,

Às vezes, também sou abandonos

E guardar tudo isso é um exercício:

Um abandono de esperanças



0 Comentários:

Postar um comentário