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segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Vestes

 




Deitei-me ao solo como um rio

 Corria solta e meus pensamentos.

Fazia-me cachoeira de desejos

E desejava banhar-lhe de paixão.

 Das minhas paixões todas:

 Do domingo entardecido

As noites mais vibrantes.

Eu, rio, transbordava amor

Você, margem, tinha-me nas mãos

Eu, ninfa, escolhia muito bem as vestes

 De vento, transparentes e úmidas

Avermelhadas de pores do sol.

Ainda ontem dancei sozinha,

Mas imaginava seus olhos sobre mim

E meu corpo repousava leve

Ao som da música e, diante de você,

 Minhas vestes desciam na correnteza,

 Deslizando pelo rio de meu corpo

Molhando-se de suor e sal.

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