Em algum lugar de minha árvore ancestral,
Sou dos índios.
Lá onde o céu era mais infinito,
A noite mais estrelada e profunda.
Em algum tempo ancestral,
Semeavam-se cordões umbilicais
Em pés de plantas longevas:
Ambos teriam as memórias da terra,
Ambos teriam as raízes da terra.
Em algum lugar do tempo,
Minha avó tomou-me dos braços de minha mãe,
E abençoou-me e elevou-me aos céus.
Meu avô semeou - ritual - ao Sétimo Dia,
Meu cordão umbilical ao pé da roseira.
Eram rosas vermelhas, suas preferidas.
Delas, compartilho a cor: vermelha como brasa,
Um tanto a mais de espinhos
E no umbigo carrego o cheiro de rosas.
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