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domingo, 28 de fevereiro de 2021

Invernos e verões

 



Já era entardecida quando chegou,

Na lua minguante da vida,

Quando as horas se preenchem em si.

(Quando as noites são todas iguais.)

Já era antiga no tempo em que nasci:

Amarelada folha de verso longínquo,

Esquecida em berma de Caminho Novo.

Um ente pairando nos dias

Como quem espera sem saber.

Era preciso ser mais para que me alcançasse:

Ser pouco mais que a vertigem dos inícios.

Ter a coragem de encarar um incêndio

E partilhar das chamas  (despertas).

Já era brasa recolhida em inverno

Mas, soube-me (ver) bem além:  

Tinha vocações de verão.

Da vida pouco se sabe.

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