Visitas da Dy

terça-feira, 28 de julho de 2015

Névoa



É inverno e o vento canta na janela,
Assoviando canções de antigamente.
Para não negar a luz, acendo uma vela.
Ela será a companheira das horas intermitentes.
Parece frio, mas nada sinto, sobrepujo essa sensação.
O que toca minha pele pouco se demora,
E não me causa espanto essa falta de ação.
Semelhante à névoa lá fora,
Aprendi a me velar por detrás de cortinas transparentes
Como caminhos encobertos, como segredos
De moças debutantes e sorridentes,
Que pouco sabem de degredos.
Mas eu sei!
Sei ouvir o som da noite ecoando nas esquinas,
Sei contar cada passo que já dei,
Sei de cor a cor do vinho com quina
E ouço a saudade latindo,
Como um cão vadio e sem dono,
Sem casa, errando, indo e vindo.
Isso tudo me faz perder o sono.
Pouca coisa espero da noite vazia
Guardo dela as memórias de estrelas
Conto uns pontos, entrego outros, flerto com a melancolia,

E tenho comigo silêncios loucos e tagarelas.

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