Visitas da Dy

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Não há segredo nenhum


Aqueles olhos guardavam segredos que só revelavam à lua. Diante do mar buscava respostas.
Ela sabia que não era comum. Não era um tipo de pessoa comum, dessas que se encontra na padaria e se dá um “bom dia”. Tinha algo de diferente. Eram os olhos dela.
Os olhos que guadavam segredos eram o segredo. Eram olhos cansados de tudo o que via ao seu redor.
Eram olhos que buscavam mais cores nos dias, mais realidade nos sonhos e novos rumos e respostas para seu coração.
Ali diante do mar os olhos dela se enchiam de uma esperança e seu coração, de repente, ficou imerso em uma tranquilidade enorme e vendo o por do sol se sentiu muito bem porque sabia que ele faria nascer a lua.
A noite começava a cair e o céu ganahava um tom de azul escuro pontilhados de estrelas e ela se sentia como se estivesse debruçada em uma janela. Sentiu toda a tristeza e angústia que trazia voar pra longe e aos poucos, foi se alegrando. Os olhos que, misteriosos eram matizados com uma certa melancolia, agora ganhavam os contornos de um sorriso que os lábios abriam.
O vento soprou e trouxe as cores que ela procurava. Ao longe ouviu uma canção que a fez lembrar só de coisas boas. Momentos felizes que compartilhava com os que amava. Sorrisos de amigos, abraços carinhosos, colo de mãe, cheiro de flor, capim-limão, violetas.
Pensando ser estrela começou a dançar como se estivesse no céu, como se estivesse só, sem se importar com quem estava ao seu redor, naquela praia. As boas lembranças a haviam tirado pra dançar. Seu coração se deixava seguir sem rumo e a direção que os pensamentos tomavam não importavam.
Rodopiando na ponta dos pés se sentia livre, feliz, leve. Molhou os pés no mar, se permitiu ouvir o barulho das ondas de olhos fechados. Deliciou-se com a brisa. Deitou na areia e ficou ali por horas, com o pensamento vagando, divangando.
Lembrou-se do motivo pelo qual tinha ido ver o mar. Era um segredo. O segredo de um amor. Um segredo que agora seus olhos denunciavam pela ternura que deixavam transparecer ao pensar no seu amor.
Olhando as estrelas viu cenas dos momentos felizes que passara ao lado daquele por quem julgava estar apaixonada. A conclusão era uma só: estava mesmo apaixonada. Mais que isso, era um amor real. Sabia disso porque o coração acelerava, mas mais ainda pelos seus olhos que brilhavam por ele. E isso todo mundo via.
Naquela noite ela se perguntava se realmente o amava. Se era esse o segredo de seus olhos. Descobriu que na verdade não havia segredo nenhum: o amor que sempre sonhou estava perto e só ela não tinha percebido.

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